Sinaptrônica - Parte 4 Ficção Científica

Pessoas desapareciam por toda parte. A todo momento. 
Os Minuanos acusaram o INeuron, mas não tinham provas. 
Dois longos meses depois do início dos desaparecimentos a prova surgiu, documentada e rapidamente divulgada na MyW, a rede social mais utilizada na época teve novamente papel decisivo: Dezenas de vídeos mostrando pessoas que estavam saindo da sessão de Reinicialização Celular e tinham crises terríveis. E estas pessoas eram as que estavam desaparecidas. 

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Amigo, se está começando a ler Sinaptrônica por este texto é aconselhável ler antes como tudo começou, para entender melhor a história.
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Os vídeos ficaram disponíveis por pouco tempo, cerca de vinte minutos, o suficiente para bilhões de pessoas acessarem em todo o mundo, depois o Neuroespaço ficou fora do ar por alguns segundos e quando voltou tudo que fazia menção ao vídeo havia sido censurado. 
Finalmente, o INeuron se manifestou assumindo a culpa e explicando que algumas pessoas não poderiam ser submetidas a Reinicialização Celular, mas que não havia motivo para pânico, os traços genéticos já haviam sido detectados e um simples teste resolveria o problema. Segundo ele, na pior das hipóteses algumas pessoas não poderiam ser submetidas ao tratamento. A verdade era que a maioria das pessoas não passariam no teste.
Enquanto isto a construção da Nova Atlântida estava em andamento. A contagem regressiva estava em 21 dias para o grande momento, o dia que os primeiros 10 mil habitantes, escolhidos através de sorteio, iriam entrar na Nova Atlântida. Fui um dos "sortudos". Eu, você e o Jefferson fomos sorteados. 
Ônix não se conteve, normalmente a regra era conte toda a história, perguntas e conversas depois, mas esta pergunta não poderia esperar.
- Helen, você lembra do Jefferson?
- Jefferson? - Helen passou a mão em seus lindos cabelos enquanto olhava para o teto azul da sala, e após quase se distrair com as imagens das nuvens que vagarosamente se moviam em 3D, disse - Lembro, mas minha memória ainda está muito devagar... não consigo lembrar do rosto dele. Ele era o chefe do departamento de...
Quando Ônix viu que ela não iria conseguir completar a frase resolve ajudar.
- Chefe do departamento de Sinaptrônica. - e diante do olhar desapontado de Helen completou - já disse para você não se preocupar, sua memória vai voltar logo.
- É verdade. Enquanto você falava, cada vez mais sentia que ela está retornando, aliás, lembro de quando recebemos a notícia que havíamos sido sorteados, ficamos em êxtase. - Helen sorriu relembrando aquele momento, mas de súbito fechou o sorriso, e continuou -  mas, estou lembrando, ou melhor, acho que estou, foi tudo um plano, não foi? Ele, o INeuron queria nos matar? - ela estava confusa, as lembranças insistiam em vir aos pedaços, já estava ficando irritada, havia horas que lutava tentando lembrar de sua vida, da sua história, e nada - Ah! Isto está ficando insuportável, me conte tudo o que aconteceu, preciso saber!
- Calma Helen - disse Ônix dando um profundo e triste suspiro - vou te contar tudo.
Quando ficamos sabendo que nós três iríamos morar na Nova Atlântida, ficamos radiantes, afinal de contas somos amigos, e também colegas de trabalho, suas descobertas em biotecnologias lhe haviam conquistados a chefia do departamento de Biônica, lembra disto "Doutora Helen"? - Ônix perguntou, ressaltando o doutora, como costumava fazer, brincando com ela, pois mesmo sendo a mais nova "chefe" na Base INeuron, era a que tinha mais doutorados.
- Sim, lembro "Doutor Ônix". - gracejou também.
- Certo, como dizia, ficamos felizes, mas nem todos ficaram conosco, começaram a suspeitar que o sorteio não era assim tão aleatório, e nós também, afinal de contas, em meio a mais de setecentos mil cientistas era muita sorte que apenas os três chefes tivessem sido "sorteados".
E começamos nossas buscas.
E o pior de tudo... Encontramos.

Gilliard Lima

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